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terça-feira, 29 de outubro de 2013


DECLARAÇÃO DE SALAMANCA.
Sobre Princípios, políticas e Práticas na área das Necessidades Educativas Especiais.
Espanha, entre 7 e10 de 1994.

RESUMO.
Por: Matias de Araújo, Jurandir


Esse documento das Nações Unidas, demanda que os Estados assegurem que a educação de pessoas com deficiências seja parte integrante do Sistema Educacional; envolvendo governos, grupos de advocacia, comunidade e pais, e em particular, organizações de pessoas com deficiência; na busca de melhorias no acesso à educação para aqueles cujas necessidades espaciais, ainda encontram-se desprovidas dela.
Trava uma batalha integrada, visando combater a exclusão através da participação de crianças e jovens no ambiente escolar, com os profissionais da educação, colegas, pais, familiares e voluntários. Unindo-se ao compromisso e disposição dos indivíduos que compõem a sociedade. As crianças devem passar pelo processo de aprendizagem juntas, independentemente de quaisquer dificuldade, adequando-se o currículo escolar. Separá-las por classes especiais, só em casos de a sala regular não ser capaz de atender as necessidades ou o bem está dos alunos.
Enquanto os Países desenvolvidos possuem poucas ou nenhuma escola espacial, os subdesenvolvidos gastam muito com esse tipo de escola, devido a falta de estrutura governamental do País que vise a integração das crianças num sistema inclusivo de educação. Há também a falta de investimento direcionado à qualificação dos profissionais que atuam na área da educação de crianças e jovens. Isso se reflete na divisão de classes, onde uma pequena minoria, filhos da elite se beneficiem com as escolas especiais e a grande maioria, filhos dos assalariados são desprovidos desses servição, tão importantes para o desenvolvimento de um Paós que se prese.
Uma grande quantidade de adultos, em grande maioria, mulheres com deficiências, estão desprovidos da educação básica nas regiões em desenvolvimento em todo o mundo, devido a um passado que subestimou a inteligência do deficiente em geral.
Precisam dar as mãos: educação integrada e reabilitação comunitária, visto que compartilham os princípios de inclusão e integração, afim de promover a igualdade de oportunidades para todas as crianças, jovens e adultos, em um ambiente, sempre que possível integrado, assim como o acesso deles a escolas em seus próprios bairros ou comunidades. As exceções só devem ser feitas quando analisados os casos em que a educação seja requerida em instituições especiais.
Para que se atinja a educação para todos, será preciso praticar a desmaginalização das pessoas com deficiência, oferecendo educação secundária e superior para todos, sem descriminação de sexo, cor ou diferenças individuais, pois todos temos os mesmos direitos como seres humanos que somos, incluindo todos os deficientes, sejam as deficiências múltiplas ou não. Deve-se levar em consideração todas as diferenças individuais. Garantir que os surdos se eduquem em sua língua de sinais.
O progresso da inclusão social, deveria ser monitorado por estatísticas, para apurar o número de pessoas deficientes que se beneficiam com os recursos, assim como um engajamento entre agências semi-publicas e organizações não governamentais, para atrair o apoio da comunidade em benefício da educação especial.
As escolas inclusivas que demandam serviços a alunos variados, seja nas cidades ou nas áreas afastadas, requerem políticas fortes que ofereçam informações publicas para o combate ao preconceito; programas de orientação profissional e treinamento, para que os profissionais levem em consideração as diferenças de necessidades das crianças, adaptando o currículo à essas necessidades especiais, visando as habilidades e interesses dos alunos. O ensino deve ser voltado para as experiências e preocupações práticas dos alunos, no sentido de motivá-los e para a identificação das dificuldades, ajudando-os a superá-las.
O aparato tecnológico deveria ser usado para aprimorar o currículo da escola, contribuindo para a aprendizagem; viabilizar pesquisas em nível nacional, no desenvolvimento de sistemas tecnológicos capazes de fazer circular materiais e equipamentos úteis às pessoas com necessidades especiais.
O bom andamento de uma escola inclusiva, depende da cooperação entre ela, professores, familiares, comunidade e o pessoal de apoio, ou seja, um trabalho em grupo para atender as necessidades dos alunos em geral.
Os administradores das escolas, deveria levar a sério o recrutamento de professores “modelos” (portadores de deficiências que obtiveram sucesso) para servirem de exemplos para os alunos, assim como um engajamento com as universidades, visando aconselhar-se acerca do processo de desenvolvimento da educação especial.
Para que as escolas obtivessem sucesso no processo de inclusão dos alunos, deveriam ser amparadas pelas autoridades educacionais, no sentido de ter apoio das instituições de treinamento de professores e dos profissionais das escolas especiais; de agências e departamentos ligados a educação especial. Deveriam desenvolver planos educacionais direcionados para os alunos especiais nas áreas da educação infantil, preparação para a vida adulta, educação para meninas, educação de adultos e estudos posteriores, visando a formação de cidadãos ativos.
Por fim, é bom saber que não são só o ministério da educação e as escolas que concretizarão o objetivo de uma educação inclusiva bem sucedida, cabe também à cooperação dos familiares, o engajamento da sociedade, organizações voluntárias e conscientização. Unindo-se todos para construírem uma sociedade inclusiva, não só nas escolas, mas expandida.
A Declaração de Salamanca sem dúvida, foi/é um importante marco para a educação de pessoas com deficiências. Antes dela, regras dividiam a Educação em Especial e Institucional. Hoje ela corre para uma Educação Inclusiva obedecendo o direito adquirido: “todos os alunos com deficiência ou não, devem estudar juntos”.
WEBGRAFIA:

portal.mec.gov.be/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf






IMAGENS DA SOCIEDADE NA POESIA MEDERNISTA
(MÁRIO E OSWALD DE ANDRADE).
De: Marcos Rogério Cordeiro Fernandes.


FICHAMENTO RESUMO DO ARTIGO.
Por: Matias de Araújo, Jurandir

Mário e Oswald de Andrade são dois poetas distintos entre si. Suas poesias contribuem muito para se fazer uma análise acerca de certas características da sociedade brasileira em meados do século XX, introduzindo no Brasil problemas de ordem crítica muito importante. Havia um paradoxo cultural sendo vivido intensamente nas duas primeiras décadas deste século. Dentro do País, ainda reinava um gosto estético preso às tradições e regras. Fora dele, via-se um gosto estético moderno, conquistado pelos movimentos vanguardistas.
Mário e Oswald inserem-se no contexto modernista de uma forma especial, porque procuram atar as duas pontas: a do gosto estético que predominava internamente e o que já vigorava lá fora. Ambos os autores, articulam poeticamente duas faces; uma explora as conquistas vanguardistas européias, a outra, produz uma poesia instigadora de reflexão acerca das transformações sociais que ocorriam no País.
Antes dessas transformações, a cidade de São Paulo era demograficamente rala, por isso, a pressão econômica era mínima. Foi a partir dos últimos vinte ou trinta anos do século XX que a cidade começou a crescer velozmente. Estre as décadas de 70 e 80, o Estado de São Paulo já era o terceiro maior produtor de café do País e em 1990, já era o primeiro. Com o aporte de investimento, atraiu trabalhadores de todas as espécies e com isso, o número de habitantes cresceu enormemente. Já em 1920, ganhou o título de cidade número um em densidade populacional.
Tudo isso, causou grandes mudanças no cerco urbano da cidade, várias classes se entrecruzavam desempenhando variadas funções, obrigando uma redefinição de sua disposição urbana e as classes se dividiram por regiões. Aparece então uma nova realidade que nasce no centro da cidade, o qual se tornou ponto de encontro das diferentes culturas, surgindo assim uma grande massa heterogênea de habitantes, formada pelos seguimentos sociais, étnicos e regionais; diversos entre si.
Essa heterogeneidade toda, serviu de pano de fundo para as transformações da sensibilidade moderna que interferindo no modo de enxergar a cidade, daqueles que a habita, modificou também a capacidade de enxergar a si mesmos. Como consequência, produz-se um paradoxo que se desdobra na fragmentação subjetiva do sujeito urbano.
Esse cenário modificado e heterogêneo e fragmentado, se transforma no cenário perfeito para a poesia moderna que reflete tudo isso. A linguagem literária se renova abarcando termos como: urbanidade, modernidade e subjetividade.
Foi nesse cenário revolto, que Mário e Oswald de Andrade, introduziram (mesmo tendo concepções diferentes e próprias da estética) esse conjunto de temas e problemas em suas produções literárias.

FALANDO DA POESIA E SOCIEDADE EM MÁRIO DE ANDRADE:
A subjetividade social como medida lírica.

É justamente esse ambiente em formação que irá configurar o centro problemático da poesia moderna de Mário. É através da poesia lírica, que o autor revela os impasses do mundo objetivo e concreto. Em função do conjunto de problemas sociais, Mário produziu seu primeiro livro em 1922, o chamado “Paulicéia Desvairada”. Com essa obra, quis personificar a Cidade de São Paulo e qualificar essa personificação, escolhendo o desvairismo que carrega um teor de velocidade, assim como as transformações modernas.
Nesse contexto é a cidade que condiciona e organiza os elementos que estruturam a poesia moderna. O sujeito é um elemento que media o literário e o extraliterário, um sujeito de impressões momentâneas e fragmentada. É o homem coisificado penetrado pela alienação e fragmentação das coisas em seu último refúgio.
Mário se utiliza de recursos típicos da poética moderna para dá à cidade uma presença rarefeita, ficando assim registrado que a cidade se forma e nasce na poesia. Realizando duplo movimento, Mário, de um lado, caminha de dentro para fora do sujeito e do outro de fora para dentro. Na poética do autor, a cidade passa a figurar como um indivíduo com ideias, sentimentos e sensações, exaurindo o sujeito numa fragmentação subjetiva ao mesmo tempo que reconstrói o mundo objetivo causando estranheza e esse sujeito, mas em comunhão co ele. O autor procura através de sua poesia equilibrar as notações dos aspectos da cidade com o tumulto das sensações do homem moderno na multidão em suas áreas de convívio. Mário procurou romper a unidade coerente em si mesma do sujeito lírico, ao contrário do que pretendia o Romantismo.

FALANDO DA POESIA DE OSWALD DE ANDRADE:
História social pelo prisma minimalista.

A poesia de Oswald constitui o ponto de partida da renovação radical da linguagem poética no Brasil, imprimindo um estilo mais objetivo, seco e coeso, construído por fragmentos aleatórios sem fundo lírico. Nenhum outro poeta havia alcançado esse feito poético. O autor incorporou para a linguagem poética a linguagem anti-intelectualizada do cidadão mal e analfabeto, desfiando o jargão poético dominante. Punha a cultura brasileira em dia com a moda que imitava, põe em ata tudo aquilo que os modernistas consideravam essencial para desprovincializar a cultura do País para a atualização da inteligência artística e pesquisa estética continuada.
A poesia oswaldiana, à primeira vista parece imediatamente compreensível, porém, de perto e por dentro, ela mostra uma estrutura complexa, cheia de nuanças formais e argucias de estilo. Oswald, emprega uma técnica de construção, numa linguagem artística peculiar, criada por ele. Sua poesia se notabiliza justamente Por desfazer-se de traços poéticos, esses são encontrados em sua técnica. Para captar a força da poesia do autor, é preciso compreender os problemas de forma e estrutura que apresenta. Ele se utiliza da técnica da bricolagem, justapondo as imagens, ideias e conceitos, não só nos poemas, mas nos romances, crônicas, memórias e manifestos, alterando a noção de tempo e espaço, implícitos na obra de arte.
O efeito conseguido põe a obra de Oswald como percursora da tendência construtivista no Brasil, que desemboca no concretismo de 1950. Oswald abandona a sintaxe tradicional e o resultado é uma poesia condessada, resumida, cheia de tensão que se assemelha a uma pintura cubista, é daí que vem a sintaxe despedaçada. O autor escreve de uma maneira que exige um novo tipo de leitor, marcado pelo paradoxo. Se por um lado, ele deverá expandir sua capacidade lúdica, por outro, ao mesmo tempo, ele deverá fazer funcionar sua capacidade crítica. Esse novo leitor, se encontra preso às armadilhas ilusionistas da arte. A poesia de Oswald, nem captura, nem seduz o leitor, ela o choca.
Oswald deixa o processo construtivo prevalecer sobre o discursivo. Revela-se assim, uma cidade de recantos privilegiados onde se pode enxergar como se fundem os valores progressistas com os atrasados.
Oswald concebeu o momento em que viveu, construiu uma espécie de alegoria do País, que diz que a sociedade brasileira se constitui de elementos díspares bastante distantes entre si, por vezes contraditórios.


CONCLUSÃO.

As poesias de Mário e Oswald de Andrade servem como chave para interpretar especificidades da realidade brasileira. Em primeiro lugar, tratando de questões estéticas; em segundo lugar, vemos que a configuração da sociedade na poesia deve ser encarada com suspeição, uma vez que tal representação se encontra constrangida por questões de ordem estética, de modo mais intenso do que encontramos na prosa.
É partir da poesia que Mário aprofunda a investigação a respeito da subjetividade humana que se transforma rápida e radicalmente, no limiar da modernidade. Oswald por sua vez, parte do princípio de que tal subjetividade é elemento dispensável na poesia. Daí seus poemas apresentarem uma fatura seca, objetiva, analítica.
WEBGRAFIA:





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