Arquivo do blog

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Língua Portuguesa

Série: Ensino Médio II
Estilística: Na propaganda, na charge e na poesia
Assunto:Análise dos elementos que compõem a charge e a propaganda relacionados ao tema trabalho e consumo.

 Objetivos:
  • Identificar a estrutura de textos de propaganda e das charges;
  • Reconhecer a linguagem usada nas propagandas e nas charges;
  • Analisar os elementos linguísticos próprios da propaganda;
  • Analisar os recursos utilizados na criação de charges;
  • Compreender as estrategias de persuasão próprias às propagandas.

Introdução
Propaganda e consumo
Trabalhar e consumir deveria ser um direito de todos, todavia nem todos possuem um emprego, e por causa disso não conseguem ter determinadas coisas.
A propaganda é uma técnica e seu propósito principal é persuadir, manipular através de brincadeiras com imagens, jogos de palavras com duplos sentidos, e isso faz com que a maior parte dos anúncios nos fascine emocionalmente.
A propaganda exerce hoje uma função muito especial: a de demonstradora de modelos que devem ser seguidos, isto é apresentadora de padrões físicos, estéticos, sensuais, comportamentais, aos quais as pessoas devem se amoldar. A publicidade dita regras de reconhecimento e valorização social.
Os sons estão presentes em todos os lugares, em todas as coisas e em todos os seres vivos. Aproveitando se desse detalhe, a publicidade vai utilizar os elementos sonoros para criação de experiências sinestésicas, estimulando a interação do consumidor com o comercial e seu envolvimento com o produto anunciado. A propaganda explora a criatividade e a emoção na transmissão da mensagem, omitindo sua essência consumista e tornando o ato de assisti-lo mais interessante e prazeroso
Ao usar os efeitos sonoros em uma propaganda o sentido do que está sendo apresentado, tem como objetivo direcionar a atenção do ouvinte, ou telespectador. Tal efeito também ajuda a situar a narrativa no tempo e no espaço e podem estar relacionados à transição entre uma cena e outra, promovendo a noção de continuidade.



Gênero textual: propaganda
O que é a propaganda e qual é a sua utilidade?
A propaganda é um gênero textual muito utilizado por empresas para divulgar seus produtos e por instituições públicas ou privadas como forma de promover mudança de atitude, ou seja, educar o público.
Características da propaganda
·         A propaganda é a forma de comunicação mais conhecida popularmente;

·         É uma técnica de comunicação de massa, cuja finalidade é fornecer informações a um público determinado, provocando atitudes e ações positivas em relação aos produtos, serviços e marcas;

·         O papel da propaganda não é vender, mas preparar para a venda;

·         O objetivo da propaganda é resultado de decisões sobre o mercado-alvo, o posicionamento da marca e o programa de marketing;

·         Busca criar conscientização e conhecimento e, também, tem a finalidade de informar sobre novos lançamentos, alterações no produto, modificações no preço, novas promoções, novos usos para o produto, explicar como funciona, entre outros;

·         Estimula a repetição de compra e busca a fidelização;

·         Busca convencer os atuais compradores de que fizeram a compra certa.

Dicionário de Gêneros Textuais:
Anúncio: notícia ou aviso por meio do qual se divulga algo ao público, ou seja, a criação de alguma mensagem de propaganda com objetivos comerciais, institucionais, políticos, culturais, religiosos, etc. Como publicidade, trata-se de uma mensagem que procura transmitir ao público, por meio de recursos técnicos, multissemióticos, e através dos veículos de comunicação, as qualidades e os eventuais benefícios de determinada marca, produto, serviço ou instituição [...].
Fonte: COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de gêneros textuais. Belo Horizonte: Autêntica: 2008.

Anúncio publicitário e anúncio classificado
Anúncio publicitário: é a informação publicitária de uma marca, produto, serviço ou instituição, apresentada por meio de palavras, imagens, música, recursos audiovisuais, etc., através dos veículos de comunicação. Sua forma e conteúdo variam de acordo com os objetivos da propaganda, o publico visado e o veículo que irá divulgá-lo. Publicidade é a qualidade do que é público, do que é destinado ao povo, à coletividade. É definida como a arte de despertar no público o desejo de compra, levando-o à ação.   

Anúncios classificados: são anúncios de oferta e procura de bens, utilidades e serviços, publicados em seções especializadas de jornais e revistas. Geralmente de pequeno formato e sem ilustrações, prestam-se principalmente à divulgação de mensagens de compra, venda ou aluguel de imóveis, veículos, móveis, serviços profissionais, empregos, etc.
Características do anúncio
·         Predomínio da função conativa da linguagem
·         Linguagem poética, eventualmente
·         Linguagem persuasiva, direta e clara
·         Emprego de palavras e expressões e estruturas sintáticas próprias da linguagem coloquial
·         Composto geralmente por:

1.    Título, que argumenta com a natureza do produto
2.    Texto, que amplia o argumento do título
3.    Assinatura do anunciante
4.    Ilustração, o visual da mensagem


Imagem 1


Atividade:
1.    No primeiro anúncio existem algumas palavras que “o torna fantasioso”. Quais são essas palavras?
2.    No segundo anúncio, é possível notar que algumas palavras estão abreviadas. Qual a intenção do criador do anúncio? Você consegue identificar tais palavras e transcrevê-las sem dificuldade?

Imagem 2





Aliteração é uma figura de linguagem que consiste em repetir sons consonantais idênticos ou semelhantes em um verso ou em uma frase, especialmente as sílabas tônicas. A aliteração é largamente utilizada em poesias mas também pode ser empregada em prosas, especialmente em frases curtas. Em síntese, é a repetição de um termo que se repita o som do antecessor, uma ou mais vezes.

Assonância é uma figura de linguagem que consiste em repetir sons de vogais em um verso ou em uma frase.


Atividade:

  1. Na frase de George Orwell temos a repetição das palavras e a repetição  da consoante [m]. Qual  efeito o autor quer criar ao repetir essa consoante?
  2. Na mesma frase temos a repetição de uma vogal. Qual é essa vogal?

 


EU ETIQUETA / Carlos Drummond.

Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, permência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer principalmente.)
E nisto me comparo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
Meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar
Cada vinco da roupa



Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante, mas objeto
Que se oferece como signo dos outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.




Imagem 1


Atividade 3:
Poema: Eu Etiqueta / 1 Texto 
1 -    “Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho.”

a)    No fragmento do poema Eu Etiqueta de Carlos Drummond, o que leva o autor escolher as palavras batismo, cartório e estranho?
b)    Qual é esse nome que o autor está se referindo?

2.    Reflita sobre o uso excessivo do pronome possessivo meu, minha e minhas. Qual a intenção do autor ao utilizar esse pronome de forma excessiva?

3.    Principalmente, mimosamente, independente, coisamente”. O poeta faz um grande uso do sufixo mente, qual o seu objetivo? Responda usando apenas os elementos do contexto do poema.

Atividade 4:


1)    A imagem 1, trata-se de uma charge em que um amigo questiona o outro a respeito do uso de uma marca (Naik) em sua camiseta. Estabeleça relações da charge com os fragmentos abaixo:

 “É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade...”
  “... Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia “

2)    No segundo quadrinho da imagem numero um temos uma letra [n] solta, e por três vezes o autor utiliza a reticência. Qual efeito ele pretende produzir ao usar esse sinal?

3)    “Multinacional e multimilionário” o que essas duas palavras têm em comum? Se trocássemos o termo por outro teria o mesmo efeito?

4)    Qual a intenção de usar a palavra puxa? Qual o papel dessa palavra no contexto?

5)    Ao colocar a frase “Me custou noventa reais” o autor transgride uma regra gramatical, e qual efeito ele tenta atingir?
 


Nenhum comentário:

Postar um comentário