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sexta-feira, 7 de junho de 2013

Unidade didática de literatura infanto-juvenil

Crescendo, amadurecendo e a inocência perdendo.


A leitura de poesias infantis agrada, comove e instrui as crianças, sendo então importantíssimo dar-lhes o valor educativo nelas encontradas. Expondo as crianças a esses materiais desde o jardim da infância, e observando o seu comportamento uma vez que a infância foi feita para imitar, tratamos assim a criança como criativa e para criar e necessário ter matéria-prima, então nada melhor que a poesia para auxilia-la na organização de seu mundo mágico, onde ela e dona absoluta e nele constrói e destrói, constrói e cria realizando-se e realizando tudo o que deseja, arquitetando seu universo particular corrigindo e consertando o que acha errado.
  Um exemplo disto e encontrado na obra de Monteiro Lobato (A reforma da natureza) na qual Emilia que e uma de suas principais personagens e símbolo da criança com toda sua plenitude e graça porque não dizer também de suas implicações psicológicas, resolve consertar a natureza, indo alem dos limites da fabula que ilustra o fato e só neste universo que a criança se afirma e liberta-se das frustrações da vida que a impõe limitações, vendo isto como uma forma de conquista de liberdade, com riqueza que produzirá bons frutos, adubados e enriquecidos pela imaginação bem motivada das crianças. Já do lado extremo o homem que este fadado a definhar-se e ser consumido pelo cientificismo, pelo tecnismo deixando-o tedioso e com um vazio no sentido humano, chegando a condenar os contos de fada, fato que nos deixa inquietos por não conseguir entender como é possível ao homem condenar a inocência e a beleza de inocentes estórias e ao perpetuar tal ato afirmam que a fantasia atrofia a capacidade de raciocínio lógico e cria certo alheamento da realidade e da aceitação do mundo real, criando assim grandes conflitos. Entretanto tais argumentos são absurdos, pois é impossível que alguém possa viver sem sonho, fantasia e imaginação. E tal capacidade nos embala na esperança de um dia realizar tirando do homem esses poderes criadores diga-nos o que resta nele? Ou melhor, o que fica da criatura humana?

Fonte: Carvalho, Bárbara Vasconcelos de. Literatura Infantil. Editora Lotus São Paulo.

Poesia de Cecília Meireles
Canavial.

Cinza.
Branco.
São as moles espadas de zinco
Do canavial.

Pardo.
Cinza.
São as rodas dos carros cansados
Do canavial.

Preto.
Pardo.
São as perninhas finas das crianças
No canavial.

Cinza.
Branco.
São as canas, as canas, cortadas
No canavial.

Pardo.
Preto.
É o caminho que vamos pisando
No canavial.

Preto.
Cinza.
É a poeira do vento fugindo
Do canavial.

Pardo.
Pardo.
São os moldes de açúcar já pronto
No canavial.

Branco.
Branco.
É a risada festiva das crianças
No canavial.














 





Questões reflexivas:

 Ao observar essas imagens referentes à poesia canavial, você já presenciou algo parecido?
   Como você se sentiu em relação a essa situação?
   O que a autora retrata quando diz perninhas finas?
   Analisando o poema e o vídeo, relacione diferenças e semelhanças entre o trabalho infantil colocado em    questão.
  No caso do poema, dê uma justificativa para o trabalho infantil no canavial. Você acha que existem casos em que crianças devem trabalhar, ou lugar de criança é definitivamente na escola? Dê a sua opinião.


 

Neste trecho do filme percebemos a honestidade, gratidão e a força de vontade que os dois expressam tanto que superam todas as dificuldades e obstáculos como as escadas que encontraram pelo caminho na hora de vender seus papelões (trabalho) e a chuva que os maltrataram na ida ao ferro velho, mas ao invés de desistir permaneceram firmes e otimistas que no dia seguinte conseguirão dinheiro suficiente para comer batata frita. (consumo) Mas acima de tudo mostra a realidade das crianças que por motivos vastos deixam de ir à escola, para completar a renda familiar. E assim se tornam invisíveis por que seus pais não demonstram nenhuma preocupação com a ausência de seus filhos que passam dias e noites fora de casa e acham isso normal, nem se importam com o fato de não estarem estudando deixando que a educação dos dois fique pra segundo plano e primeiro lugar esta a garantia de uma fonte de renda extra.

Questões sobre o vídeo:

Ser ético nada mais é do que agir direito, proceder bem, sem prejudicar os outros. E não ser egoísta, é estar tranquilo com a consciência pessoal. É também agir de acordo com os valores morais de uma determinada sociedade”. Se for assim, o menino e a menina do vídeo são éticos? Justifique sua resposta.
  Dadas às condições sociais das personagens do vídeo:Por que você acha que os meninos escolheram o caminho de ganhar de acordo com seu trabalho, recolhendo e vendendo materiais recicláveis, visto que poderiam seguir caminhos completamente diferentes?
  Você poderia explicar porque motivo os meninos agiram daquela forma visto que não frequentaram a escola e vivem numa família desequilibrada? Pensando em educação e ética, que conclusões você tiraria da realidade dos meninos?

Conhecendo a autora:

Em 1901 nasce Cecília Meireles, a sete de novembro na cidade do Rio de Janeiro. Seu pai, Carlos Alberto de Carvalho Meireles, funcionário do banco do Brasil, morrera três meses antes.
Em 1904 fica órfã, aos três anos, com a morte da mãe, D. Matilde Benevides, professora municipal. Permanece com a avó materna, única sobrevivente da família, que se responsabiliza pela educação.
Em 1910 termina com distinção e louvor o curso primário, na Escola Estácio de Sá, do Rio de janeiro. Nessa época já tem definido seu amor pelos livros, conforme seu depoimento: Na verdade, desde que aprendi a ler e nisso fui um pouco precoce, li tudo que estava ao alcance da minha mão. Lembro-me que os livros ilustrados me interessavam muito. Alem da leitura, os livros também já me interessavam como objetos”, pelo seu aspecto gráfico, sua encadernação, beiras douradas, etc. (...) Quando eu ainda não sabia ler, brincava com os livros e imaginava-os cheios de vozes, contando o mundo.
Em 1917 conclui o curso da Escola normal, formando-se professora, como a mãe. Em seguida inicia-se no magistério primário.
Em 1919 publica Espectros, seu primeiro livro de versos, assim recebido pelo critico João Ribeiro: "Com o talento e as qualidades poéticas, aqui reveladas, Cecília Meireles em breve, e sem grande esforço, poderá lograr a reputação de poetisa que de justiça lhe cabe."
Em 1921 casa-se com o pintor Fernando Correia Dias, com quem teve três filhas: Maria Elvira, Maria Matilde e Maria Fernanda.
Em 1930 dirige no diário de noticias, do Rio de Janeiro, uma pagina diária dedicada à educação, participando ativamente do movimento pela renovação do ensino. Essa atividade jornalística vai ate 1934.
Em 1934 funda a primeira Biblioteca Infantil especializada, no antigo Pavilhão Mourisco, em botafogo. Faz conferências nas universidades de Lisboa e Coimbra, a convite do governo português, difundindo aspectos da nossa literatura.
Em 1936 leciona, ate 1938, Literatura Luso-Brasileira e, posteriormente, técnica e Critica Literária, na universidade do Distrito Federal, fundada em 1935.
Em 1938 conquista o premio de poesia da Academia Brasileira de Letras, com o seu livro de poemas Viagem, editado no ano seguinte em Lisboa.
Em 1940 casa-se com o professor Heitor Grillo. Leciono Literatura e Cultura Brasileira na universidade do Texas. Em sucessivas viagens de intercâmbio cultural, nos anos seguintes percorre boa parte do mundo: México, Porto Rico, Uruguai, Argentina, Europa, Açores, Índia, Goa e Israel.
Em 1948 colabora na formação da comissão Nacional de Folclore, tendo sido secretaria do primeiro Congresso Nacional de Folclore, em 1951.
Em 1964 morre às 15 horas do dia 9 de Novembro, no Rio de Janeiro.
Em 1965 a Academia Brasileira de Letras concede-lhe, post-mortem, o premio “Machado de Assis”, pelo conjunto de sua obra.
Fonte: MEIRELES, Cecília. Obra poética. Rio de Janeiro, Editora Nova Aguiar S.A, 1977.






Fonte: loorock.blogspot.com.br


Produção textual:


Ou isto ou aquilo define bem a dualidade existente entre trabalho e consumo ambos retratam a realidade do abandono escolar faça uma produção de texto relatando algum caso que você tenha presenciado em sua família ou vizinhança.

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