LITERATURA BRASILEIRA II.
Direcionada para alunos do 2º ano do Ensino Médio. Tem como objetivo inteirar os alunos acerca de três movimentos literários fundamentais para a nossa formação literária. São eles: Romantismo, Realismo/Naturalismo e Pré-modernismo. Usaremos como recursos para o desenvolvimento desta Unidade Didática, a tecnologia e seus aparatos: vídeos, internet, livros para pesquisas, etc. A literatura brasileira e os Períodos Literários: Romantismo, Realismo/Naturalismo e Pré-modernismo.
Sobre a nossa Literatura.
Nossa Literatura é baseada na Língua Portuguesa e por isso, faz parte do aspecto cultural lusófono, isto é, um desdobramento da Literatura em língua portuguesa. Faz parte também da Literatura latino-americana, a única em Língua Portuguesa. Foi desenvolvida a partir de atividades literárias incentivadas pelos Jesuítas, após o “descobrimento” do Brasil no século XVI. Inicialmente, surgiu como literatura urbana, mas com o decorrer do tempo, ela foi ganhando independência, tomando corpo com os movimentos Romantismo e Realismo, atingindo seu ápice com a Semana da Arte Moderna de 1922. Foi a partir daí que rompeu-se definitivamente os laço com a literatura de outros países, formando-se portanto, com o surgimento do Modernismo e suas gerações as primeiras escolas de escritores verdadeiramente independentes. E dessas escolas, surgiram nossos grandes autores: Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, João Guimarães Rosa, Clarice Lispector e Cecília Meireles. A literatura produzida no Brasil, vem destacando-se no meio cultural do País. Os principais jornais que circulam em todo País, dedicam grande parte de seus cadernos para a análise e crítica dessa literatura, assim como, o ensino da disciplina é obrigatório no Ensino Médio.
A trajetória de nossa Literatura.
Foi constatado que o primeiro documento que pode ser chamado de “Literatura Brasileira”, é a Carta de Pero Vaz de Caminha, enviada ao Rei de Portugal Manuel I, que descreve o Brasil de 1500. durante dois séculos, nossa literatura ficou resumida a descrições de viajantes e a textos religiosos . Em meados do século XVIII, o Neoclassicismo ( movimento cultural nascido na Europa no mesmo século, que teve como base os ideais iluministas e influenciou a arte e a cultura de todo Ocidente ), expandiu-se na região de Minas Gerais. Em aproximadamente 1836, incorporou-se em nossa literatura, o Romantismo e foi nesse período, que pela primeira vez, ela tomou formas próprias, distinguindo-se da literatura européia. Ao penetrar nossa literatura, o Romantismo tomou uma temática indianista. Seu maior autor foi José de Alencar, que exaltava as belezas naturais do Brasil e os indígenas. Entre 1895 e 1922, com as obras do fundador da Academia Brasileira de Letras, Machado de Assis, o Realismo se expande no País. Bom saber que não houve períodos literários uniformes no Brasil, seguindo uma inercia mundial. Foi a semana de Arte Moderam de 1922, que abriu novos caminhos para a literatura brasileira, a partir daí, surgiram nomes como: Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Guilherme de Almeida, entre outros. Atualmente, Paulo Coelho, membro da Academia Brasileira de Letras, é o escritor brasileiro mais conhecido, alcançando liderança de vendas no País e record no mundo. Apesar de seu sucesso comercial, vários críticos consideram sua produção uma literatura meramente comercial, sem valor literário, de fácil digestão e chegam a apontar diversos erros de português, principalmente em suas primeiras obras. Outros autores contemporâneos são bem mais considerados pela crítica e possuem também sucesso comercial, como: Inácio de Loyolla Brandão, Rubem Fonseca, Moacyr Scliar, João Ubaldo Ribeiro, Luís Fernando Veríssimo e outros.
A trajetória de nossa Literatura.
Foi constatado que o primeiro documento que pode ser chamado de “Literatura Brasileira”, é a Carta de Pero Vaz de Caminha, enviada ao Rei de Portugal Manuel I, que descreve o Brasil de 1500. durante dois séculos, nossa literatura ficou resumida a descrições de viajantes e a textos religiosos . Em meados do século XVIII, o Neoclassicismo ( movimento cultural nascido na Europa no mesmo século, que teve como base os ideais iluministas e influenciou a arte e a cultura de todo Ocidente ), expandiu-se na região de Minas Gerais. Em aproximadamente 1836, incorporou-se em nossa literatura, o Romantismo e foi nesse período, que pela primeira vez, ela tomou formas próprias, distinguindo-se da literatura européia. Ao penetrar nossa literatura, o Romantismo tomou uma temática indianista. Seu maior autor foi José de Alencar, que exaltava as belezas naturais do Brasil e os indígenas. Entre 1895 e 1922, com as obras do fundador da Academia Brasileira de Letras, Machado de Assis, o Realismo se expande no País. Bom saber que não houve períodos literários uniformes no Brasil, seguindo uma inercia mundial. Foi a semana de Arte Moderam de 1922, que abriu novos caminhos para a literatura brasileira, a partir daí, surgiram nomes como: Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Guilherme de Almeida, entre outros. Atualmente, Paulo Coelho, membro da Academia Brasileira de Letras, é o escritor brasileiro mais conhecido, alcançando liderança de vendas no País e record no mundo. Apesar de seu sucesso comercial, vários críticos consideram sua produção uma literatura meramente comercial, sem valor literário, de fácil digestão e chegam a apontar diversos erros de português, principalmente em suas primeiras obras. Outros autores contemporâneos são bem mais considerados pela crítica e possuem também sucesso comercial, como: Inácio de Loyolla Brandão, Rubem Fonseca, Moacyr Scliar, João Ubaldo Ribeiro, Luís Fernando Veríssimo e outros.
VER VÍDEO.
Trajetória da Literatura Brasileira Essencial - YouTube.
10 min - out 17, 2009.
|
EXERCÍCIO/QUESTÕES.
1 - O que você entende por literatura brasileira?
2 - É importante o País ter a sua própria literatura? Por quê?
3 - Você acha que existem boa e má literatura? Por quê?
Como você ver o consumo de livros?
4 - Literatura é Cultura?
O Romantismo.
Romantismo foi um movimento artístico, político e filosófico surgido nas últimas décadas do século XVIII na Europa que perdurou por grande parte do século XIX. Caracterizou-se como uma visão de mundo contrária ao racionalismo e ao i luminismo 1 e buscou um nacionalismo que viria a consolidar os estados nacionais na Europa. Inicialmente apenas uma atitude, um estado de espírito, o Romantismo toma mais tarde a forma de um movimento, e o espírito romântico passa a designar toda uma visão de mundo centrada no indivíduo. Os autores românticos voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e desejos de escapismo. Se o século XVIII foi marcado pela objetividade, pelo Iluminismo e pela razão, o início do século XIX seria marcado pelo lirismo, pela subjetividade, pela emoção e pelo eu. O termo romântico refere-se ao movimento estético ou, em um sentido mais lato, à tendência idealista ou poética de alguém que carece de sentido objetivo. O Romantismo é a arte do sonho e fantasia. Valoriza as forças criativas do indivíduo e da imaginação popular. Opõe-se à arte equilibrada dos clássicos e baseia-se na inspiração fugaz dos momentos fortes da vida subjetiva: na fé, no sonho, na paixão, na intuição, na saudade, no sentimento da natureza e na força das lendas nacionais.
VER VÍDEO.
Vídeo sobre o Romantismo no Brasil.
youtube.
youtube.
O Romantismo foi desenvolvido no Brasil em três marcantes gerações:
PRIMEIRA GERAÇÃO:
(Nacionalista–indianista) era voltada para a natureza, o regresso ao passado histórico e ao medievalismo. Cria um herói nacional na figura do índio, de onde surgiu a denominação de geração indianista. O sentimentalismo e a religiosidade são outras características presentes. -Principais autores: podemos destacar Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias e Araújo Porto Alegre. Gonçalves de Magalhães foi o introdutor do Romantismo no Brasil. -Principais obras: Suspiros Poéticos e Saudades. Gonçalves Dias foi o mais significativo poeta romântico brasileiro. Obras: Canção do exílio, Juca-Pirama. Araújo Porto Alegre fundou com os outros dois a Revista Niterói-Brasiliense. -Características: nacionalismo, ufanista, o indianismo, o subjetivismo, a religiosidade, o brasileirismo (linguagem), a evasão do tempo e espaço, o egocentrismo, o individualismo, o sofrimento amoroso, a exaltação da liberdade, a expressão de estados de alma, emoções e
sentimentalismo.
SEGUNDA GERAÇÃO:
Também conhecida como Byroniana e Ultra-Romantismo, recebeu a denominação de mal do século pela sua característica de abordar temas obscuros como a morte, amores impossíveis e a escuridão. -Principais autores: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela, Junqueira Freire e de Pedro de Calasans. -Principais obras: Pálida à Luz, Soneto, Lembranças de Morrer, Noite na Taverna. Casimiro de Abreu escreveu As Primaveras, Poesia e amor, etc. Fagundes Varela, embora byroniano, já tinha em sua poesia algumas características da terceira geração do romantismo. -Principais características: Foram o profundo subjetivismo, o egocentrismo, o individualismo, a evasão na morte, o saudosismo (lamentação) em Casimiro de Abreu, por exemplo, o pessimismo, o sentimento de angústia, o sofrimento amoroso, o desespero, o satanismo e a fuga da realidade.
TERCEIRA GERAÇÃO:
Conhecida também como geração Condoreira, simbolizada pelo Condor, uma ave que costuma construir seu ninho em lugares muito altos e tem visão ampla sobre todas as coisas, ou Hugoniana, referente ao escritor francês Victor Hugo, grande pensador do social e influenciador dessa geração. -Principais autores: Castro Alves, Sousândrade e Tobias Barreto. Castro Alves, denominado "Poeta dos Escravos", o mais expressivo representante dessa geração com obras como Espumas Flutuantes e Navio Negreiro. Sousândrade não foi um poeta muito influente, mas tem uma pequena importância pelo descritivismo de suas obras. Tobias Barreto é famoso pelos seus poemas românticos. -Principais características: As principais características são o erotismo, a mulher vista com virtudes e pecados, o abolicionismo, a visão ampla e conhecimento sobre todas as coisas, a realidade social e a negação do amor platônico, com a mulher podendo ser tocada e amada. Essas três gerações citadas acima, apenas se aplicam para a poesia romântica, pois a prosa no Brasil, não foi marcada por gerações, e sim por estilos de textos - indianista, urbano ou regional - que aconteceram todos simultaneamente.
Fonte: www. romantismo-21b.blogspot.com/p/as-gerações-do-romantismo.html
VER VÍDEO.
Vídeo sobre as gerações românticas no Brasil.
youtube.
youtube.
EXERCÍCIOS/QUESTÕES:
1 – para você o que é uma pessoa romântica?
2 – Na segunda geração do Romantismo, lamentava-se muito por amor não correspondido. Hoje em
dia os jovens ficam lamentando, quando não são correspondido? Sim, porquê? Não, porquê?
3 – A primeira geração romântica teve como uma de suas característica, enaltecer o potencial do
Brasil, suas belezas naturais e sua riqueza. Como você vê isso hoje? Os brasileiros estão
valorizando o potencial do País?
4 – hoje, vê-se uma cultura de consumo muito exagerada, as pessoas se tornam muito
individualistas e se preocupam menos com as outras. Você acha que por causa dessa cultura o
Romantismo perdeu espaço ou ele ainda reina em nossa sociedade?
O Realismo.
Realismo foi um movimento artístico e literário surgido nas últimas décadas do século XIX na Europa, mais especificamente na França, em reação ao Romantismo.Entre 1850 e 1880 o movimento cultural, chamado Realismo, predominou na França e se estendeu pela Europa e outros continentes. Os integrantes desse movimento repudiaram a artificialidade do Neoclassicismo e do Romantismo, pois sentiam a necessidade de retratar a vida, os problemas e costumes das classes média e baixa não inspirada em modelos do passado. O movimento manifestou-se também na escultura e, principalmente, na arquitetura.
Características do Realismo.
• Veracidade: Demonstra o que ocorre na sociedade sem ocultar ou distorcer os fatos.
• Contemporaneidade: descreve a realidade, fala sobre o que está acontecendo de verdade.
• Retrato fiel das personagens: caráter, aspectos negativos da natureza humana.
• Gosto pelos detalhes: lentidão na narrativa.
• Amor: a mulher objeto de prazer/adultério.
• Denúncia das injustiças sociais: mostra para todos a realidade dos fatos.
• Determinismo e relação entre causa e efeito: o realista procurava uma explicação lógica
para as atitudes das personagens, considerando a soma de fatores que justificasse suas ações.
Na literatura naturalista, dava-se ênfase ao instinto, ao meio ambiente e à hereditariedade
como forças determinantes do comportamento dos indivíduos.
• Linguagem próxima à realidade: simples, natural, clara e equilibrada.
• D arwinismo (Charles Darwin).
• E volucionismo social (Herbert Spencer).
• S ocialismo Utópico (Saint-Simon).
• Socialismo Científico (Karl Marx).
Realismo no Brasil.
A partir da extinção do tráfico negreiro, em 1850, acelera-se a decadência da economia açucareira no Brasil e o país experimenta sua primeira crise depois da Independência. O contexto social que daí se origina, aliado à leitura de grandes mestres realistas europeus como Stendhal, Balzac, Dickens e Victor Hugo, propiciaram o surgimento do Realismo no Brasil. Assim, em 1881 Aluísio Azevedo publica O Mulato (primeiro romance naturalista brasileiro) e Machado de Assis publica Memórias Póstumas de Brás Cubas (primeiro romance realista do Brasil). Lembrando que Machado de Assis foi o principal escritor do Realismo no Brasil, suas principais obras foram: Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro.
VER VÍDEO.
Vídeo sobre o Realismo.
youtube.
youtube.
EXERCÍCIOS/QUESTÕES:
1 – O Realismo foi um movimento que tinha como característica relatar a realidade, falar do que
estava acontecendo dentro da sociedade, sem oculta ou distorcer os fatos. Como você vê a realidade
do Brasil hoje? Disserte.
2 – Você se sente confortável dentro da sociedade em que vive? Sim, porquê? Não , porquê?
3 – Você já leu alguma obra deste período (Realismo), qual e quem o autor?
4 – A realidade de hoje, nos mostra uma sociedade de indivíduos intolerante e individualistas.
Porquê você acha que as pessoas agem dessa maneira?
5 – Falando de Realismo, como você vê a realidade do trabalhador assalariado em nosso País?
O Pré-modernismo.
O pré-modernismo (ou ainda estética impressionista ) foi um período literário brasileiro , que marca a transição entre o simbolismo e o movimento modernista. Em Portugal, o pré-modernismo configura o movimento denominado saudosismo. O termo pré-modernismo parece haver sido criado por Tristão de Athayde, para designar os "escritores contemporâneos do neo-parnasianismo, entre 1910 e 1920", no dizer de Joaquim Francisco Coelho. Contexto histórico: Para os autores, o momento histórico brasileiro interferiu na produção literária, marcando a transição dos valores éticos do século XIX para uma nova realidade que se desenhava, essencialmente pautado por uma série de conflitos como o fanatismo religioso do Padre Cícero e de Antônio Conselheiro e o cangaço, no Nordeste, as revoltas da Vacina e da Chibata, no Rio de Janeiro, as greves operárias em São Paulo e a Guerra do Contestado (na fronteira entre Paraná e Santa Catarina); além disso a política seguia marcadamente dirigida pela oligarquia rural, o nascimento da burguesia urbana, a industrialização, segregação dos negros pós-abolição, o surgimento do proletariado e: finalmente, a imigração europeia. Além desses fatos somam-se as lutas políticas constantes pelo coronelismo, e disputas provincianas como as existentes no Rio Grande do Sul entre maragatos e republicanos. Outras manifestações artísticas: A música assistiu, desde o lançamento da primeira gravação feita no país por Xisto Bahia, a uma penetração nas camadas mais elevadas de manifestações até então restritos às camadas mais populares – ritmos tais como o maxixe, toada, modinha e serenata. É o tempo em que a capital do país, então o Rio de Janeiro, assiste ao crescimento do carnaval, ao sucesso de compositores como Chiquinha Gonzaga e o nascimento do samba em sua versão recente. Na música erudita, o nome representativo foi o de Alberto Nepomuceno, de composições de “intenção nacionalista”. Na pintura, tendo como principal foco a Escola Nacional de Belas-Artes, no Rio de Janeiro, vigorava o academicismo, passando despercebida a exposição feita em 1913 pelo lituano Lasar Segall. Apenas em 1917 uma forte reação à exposição de Anita Malfatti expõe o confronto que redundaria na Semana de Arte Moderna de 1922.
VER VÍDEO.
Vídeo sobre o Pré-modernismo.
youtube.
youtube.
EXERCÍCIOS/QUESTÕES:
1 – Atualmente, não se vê muito os jovens reivindicando seus direitos de cidadão. Você percebe
essa falta de atitude? Comente.
2 – Você poderia escrever sobre a realidade social que você enxerga? Como você vê a realidade
atual dos jovens brasileiros?
3 – O Pré-modernismo, prever uma era mais moderna. Para você oque é ser moderno?
4 – Atualmente, a sociedade cultiva uma cultura de consumo exagerado, reforçada pela mídia das
grandes marcas. Para você om que é consumismo?
5 – Para você, modernidade e consumismo andam juntos? Porquê?
Poesia brasileira.
Como toda literatura, a nossa poesia também abarca vários movimentos. O primeiro deles, é o Barroco, tendo como principal Poeta Gregório de Matos (o boca do inferno). Mas, o marco inicial do Barroco foi o poema “prosopopéia” de Bento Teixeira, todo inspirado em Camões. Também no Barroco, surgiu o primeiro livro impresso por um autor brasileiro, “Música do Parnaso” de Manuel Botelho de Oliveira. Depois, veio o Arcadismo, primeiro, iniciou-se em Portugal com Bocage. No Brasil, poetas como Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, criador de “Marília de Dirceu” e Alvarenga Peixoto, foram seus representantes. Logo após, veio o Romantismo, construído por três gerações que produziram poemas que evocavam temas como o patriotismo, visto na “Canção do Exílio” de Gonçalves Dias, na primeira geração; a morte, percebida na obsessão do poeta Alvares de Azevedo, na segunda geração; o abolicionismo apontado na obra de um dos mais renomados poetas brasileiros de todos os tempos, “O Navio Negreiro” de Castro Alves, na terceira geração romântica. Em seguida, vem o Parnasianismo com seu formalismo extremo estrelado, certamente, por Olavo Bilac. O Parnasianismo, diminuiu muito a influência do Simbolismo de Cruz de Sousa e Gilka Machado, uma das raras presença da mulher na lite literatura brasileira, antes até do século XX. Com o Modernismo, o Parnasianismo foi fortemente combatido, causando grande polêmica que resultou numa separação na cultura nacional. Os modernistas defendiam a destruição da estética anterior e praticamente assumem a liderança do movimento cultural brasileira com a semana de Arte Moderna em 1922. Esse movimento teve como líderes autores com Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Manuel Bandeira. A cultura do século XX é dominada pelo Modernismo, passando por mais duas gerações que destacaria autores como Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Morais, Cecília Meireles, Murilo Mendes, Clarice Lispector etc. O Modernismo acabou dando início ao Concretismo, com poetas como Ferreira Gullar e Haroldo de Campos. Chegando na contemporaneidade, encontramos poetas como Paulo Leminski, Patativa do Assaré, Ana Cristina César, Adélia Prado e Mário Quintana entre outros. Ferreira Gullar e Manoel de Barros têm sido os nomes mais aclamados nos círculos literários nacionais.
Poemas falados.
VER VÍDEO.
Poema falado - " Se eu morresse amanhã" (Alvares de Azevedo).
youtube.
youtube.
Poemas mudos.
VER VÍDEO
Poema mudo - “um poema que dá pra gritar”
Poemas escritos.
EU ETIQUETA.
Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, permência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer principalmente.)
E nisto me comparo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
Meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo dos outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.
Carlos Drummond de Andrade.
Fonte: pensador.uol.com.br>autores>Carlos Drummond de Andrade.
EXERCÍCIOS/QUESTÕES.
1 - Para você, que tipo de poema seria mais adequado para se ensinar na escola? Porquê?
2 - Você poderia escrever o que enxerga no poema mudo?
3 - No poema “Eu etiqueta”, o poeta afirma ser coisa, refém da dominação e você o que acha? Você
se acha dominado pelo mercado de consumo?
4 - Comente as imagens do poema falado. Elas são fieis à escrita do poema?
5 - Quando você pensa em poesia, o que vem ao seu pensamento?
6 - Você consegue dizer o que o poeta quis falar quando diz: “e fazem de mim homem-anúncio
itinerante”?
7 - No poema, encontra-se três Neologismos, identifique-os e explique de que palavras são
originados.
Uma das formas de se expressar dentro da sociedade em que vivemos, é a música e, seus variados estilos e sons, hoje o trabalho e o consumo, são temas constantes em jornais, revistas, documentários, filmes, na música etc. O “Legião Urbana”, grupo de músicos dos anos 80, fizeram história no cenário brasileiro da música, o que não deixa de ser literatura, pois suas letras, são verdadeiros poemas, que fazem críticas à sociedade, principalmente no cenário político. Veja essa música do grupo que aborda o trabalho.
VER CLIPE.
Clipe da música - “ Música de Trabalho” - Legião Urbana.
youtube.
youtube.
LETRA DA MÚSICA.
Música de Trabalho.
Sem trabalho eu não sou nada
Não tenho dignidade
Não sinto o meu valor
Não tenho identidade
Mas o que eu tenho
É só um emprego
E um salário miserável
Eu tenho o meu ofício
Que me cansa de verdade
Tem gente que não tem nada
E outros que tem mais do que precisam
Tem gente que não quer saber de trabalhar
Mas quando chega o fim do dia
Eu só penso em descansar
E voltar pra casa pros teus braços
Quem sabe esquecer um pouco
De todo o meu cansaço
Nossa vida não é boa
E nem podemos reclamar
Sei que existe injustiça
Eu sei o que acontece
Tenho medo da polícia
Eu sei o que acontece
Se você não segue as ordens
Se você não obedece
E não suporta o sofrimento
Está destinado a miséria
Mas isso eu não aceito
Eu sei o que acontece
Mas isso eu não aceito
Eu sei o que acontece
E quando chega o fim do dia
Eu só penso em descansar
E voltar pra casa pros teus braços
Quem sabe esquecer um pouco
Do pouco que não temos
Quem sabe esquecer um pouco
De tudo que não sabemos.
EXERCÍCIO/QUESTÕES.
1 - Você concorda, quando a letra fala: “sem trabalho eu não sou nada”?
2 - Para você, onde é encontrado o valor de um Homem?
3 - Poderia apontar alguma relação entre a música e o poema de Drummond?
4 - Quando a música fala: “tenho medo da polícia”, você consegue trazer essa fala para os dias de
hoje? Você acha que as pessoas têm medo da polícia porque?
5 - Como é a sua visão acerca da polícia de sua cidade?
Sobre o Legião Urbana.
Legião Urbana foi uma banda brasileira de rock surgida em Brasília ativa entre 1982 e 1996.3 Ao todo, lançaram dezesseis álbuns, somando mais de 20 milhões de discos vendidos4 . Ainda hoje, é o terceiro grupo musical da gravadora EMI que mais vende discos de catálogo em todo o mundo, com uma média de 250 mil cópias por ano5 . O fim do grupo foi marcado pelo falecimento de seu líder e vocalista, Renato Russo, em 11 de outubro de 1996. A banda é uma das recordistas de vendas de discos no Brasil incluído premiações da ABPD com dois Discos de Diamante pelos álbuns Que País É Este de 1987 e Acústico MTV de 1999.A banda faz parte do chamado quarteto sagrado do rock brasileiro, juntamente com o Barão Vermelho, Titãs e Paralamas do Sucesso.
Só para ler:
O VALOR DO NOSSO TRABALHO.
Texto de autoria desconhecida.
Com segurança, o mais difícil para o profissional liberal é converter em dinheiro o valor do seu trabalho. Isso porque muitas vezes o valor cobrado por um serviço pouco trabalhoso é maior que o valor devido por um serviço complexo e demorado. Este detalhe faz com que, muitas vezes, os nossos clientes questionem o valor dos honorários fixados, pois parecelhes contraditório que o valor do trabalho de um profissional liberal não seja medido pelo esforço empreendido ou grau de dificuldade. Entretanto, o que realmente parece-me contraditório é o esquecimento de que na maioria das vezes a remuneração devida ao profissional se justifica pelo benefício recebido pelo próprio contratante. A estória é exemplificativa: "Era uma vez um especialista que foi chamado para solucionar um problema com um computador de grande porte e altamente complexo... Um computador que vale R$ 12 milhões. Sentado em frente ao monitor, pressionou algumas teclas, balançou a cabeça, murmurou algo para si mesmo e desligou o computador. Tirou uma chave de fenda de seu bolso e deu volta e meia em um minúsculo parafuso. Então, ligou o computador e verificou que tudo estava funcionando perfeitamente. O presidente da empresa se mostrou inteiramente satisfeito e aliviado e ofereceu pagar a conta no mesmo instante. - Quanto lhe devo? -perguntou. - São R$ 1 mil, por favor. - R$ 1 mil? Por alguns minutos de trabalho? Por apertar um parafuso? Eu sei que meucomputador vale R$ 12 milhões, mas R$ 1 mil é um valor absurdo! Pagarei somente se receber uma nota fiscal com todos os detalhes que justifiquem tal valor. O especialista não discutiu. Na manhã seguinte, o presidente recebeu a nota fiscal, leu com cuidado, e providenciou o pagamento imediatamente, sem reclamar. A nota fiscal dizia: Serviços prestados:
Apertar um parafuso.......................... R$ 1,00
Saber qual parafuso apertar...........R$ 999,00"*
Moral da estória: cobra-se pelo que se sabe, e não necessariamente pelo que se faz.
Fonte: www.cronicasforenses.blogspot.com/2005/.../o-valor-do-nosso-trabalho_03.ht . .
CRÔNICA COMSUMISTAS.
Ivan Ângelo.
De quantas calças jeans você precisa? Eu tenho três: uma índigo tradicional, que tem uns seis anos; uma bem mais antiga, de um azul desbotado pelo tempo, aguado, já puída, que faz o papel de vigilante do peso, pois é do tempo em que minha cintura se comportava melhor; e uma branca, a mais nova, de uns cinco anos, que entrou no lugar de outra igualzinha que se rasgou no joelho. São suficientes para as situações e combinações, mas surpreendo-me com uma mulher, na página de moda de um grande jornal, contando vantagem: diz que tem trinta e tantas calças jeans, e sempre acha que precisa de mais uma, quando a vê na loja. Algum detalhe torna a nova calça "necessária"; ela "precisa" daquele jeans. Você realmente precisa de doze pares de óculos escuros? Já não é adequado dizer "óculos de sol", porque é moda usá-los dentro de shoppings e até em discotecas, na maior escuridão. Eles se tornaram algo mais do que óculos: são máscaras, aquela coisa que o Spirit dos quadrinhos botava nos olhos ou que o Fantasma botava para virar outra pessoa. Eles fazem a mágica da troca de personalidade. De quantos celulares você precisa? Apareceu no jornal uma mulher que tem dúzias. Para quê, não fiquei sabendo, bastou-me olhar a foto da tonta com aquele mostruário de celulares, aquele despropósito. O apelo do modelo novo é irresistível para esse tipo de gente, que não suporta a ideia de estar "desatualizada" e só se considera "in", incluída, quando possui aquela coisa que acaba de ser lançada. De quantas camisetas você precisa? Bom, o número de camisetas que as pessoas têm é incontrolável. Nem sempre é a gente que compra. Elas viraram "o" presente. São fáceis de achar, têm uso, têm graça. A gente nem compra camisetas, ganha. E tênis, de quantos você precisa? Tenho uma amiga, nem é tão jovem, que tem dezoito pares. Minha filha chegou a ter uns doze. E ela tem uma amiga que possui 27. Não consigo entender o porquê ou o para quê. Só quem tem é que sabe as razões. Brincos. É comum as mulheres terem trinta, quarenta, sessenta pares de brincos. Vão comprando e acumulando ao longo da vida, vão ganhando. Não conseguem passar por uma bijuteria ou joalheria sem provar diante do espelho um pequeno penduricalho nas orelhas. E compram, não resistem a três provadas. Carros! Você precisa de mais do que um carro? Há pessoas que têm três, quatro. Como se houvesse grande diferença entre usar um e outro como condução. Para viajar, sim, o tipo faz diferença, e nesse caso poderiam comprar um para as duas funções. Preferem ostentar. Imelda Marcos gostava de sapatos, tinha 3 000, comprados com o suor do povo filipino. Já vi foto de uma perua brasileira exibindo sua coleção de mais de duas centenas de calçados. E trinta bolsas de grife. De quantas bolsas você precisa? É comum o consumista não conseguir escolher entre uma coisa e outra – porque escolher uma seria perder a outra – e para pôr fim à angústia leva as duas. Na infância dos consumistas faltaram ou falharam a orientação na compra e o apoio à decisão tomada. Frustrações da infância pedem compensações quando o dinheiro permite. Mas há consumistas pobres, que compram quinquilharias baratas e desnecessárias na Rua 25 de Março, enquanto as poderosas compram supérfluos caríssimos na Daslu. Coleções não são a mesma coisa. Você coleciona bolinhas de gude, palitos de picolé, caixas de fósforos, lápis, figurinhas, rodelas de chope, rolhas, enfim, coisas que não valem nada, e coleciona coisas que chegam a valer muito, como selos. Não têm utilização prática. É diferente do consumo, de acumular bens de uso porque não consegue se controlar. É diferente também de juntar raridades. Um apresentador de televisão tinha dezenas de relógios de pulso raros, antigos. É diferente, dizia, de ter um monte de relógios mais caros do que raros, de fabricação e uso atuais. De quantos relógios você precisa?.
Nenhum comentário:
Postar um comentário